No dia 18 de janeiro realizou-se o 9.º webinar da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), organizado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo do Joelho (SPEJ). Moderado pelo Prof. Dr. Fernando Fonseca e pelo Dr. Paulo Ribeiro de Oliveira, o webinar abordou as principais tendências no tratamento de lesões meniscais. O Dr. Paulo Oliveira começou por expressar os seus agradecimentos aos palestrantes e aos patrocinadores do evento, Skymedical e Stryker.
A substituição biológica das alterações degenerativas, que tem sido alvo de uma intensa investigação, foi o principal tema de debate entre os intervenientes. Hélder Pereira, do Centro Hospitalar Póvoa do Varzim e Vila do Conde, sugeriu a substituição do menisco por scaffolds meniscais. Contudo, alertou para a escassez do banco de tecidos em Portugal, que impede que os transplantes do menisco sejam uma realidade no nosso país. “Os princípios da nanotecnologia permitir-nos-ão, eventualmente, controlar e ativar células específicas nos scaffolds, tornando-os mais eficazes e com maior capacidade para desempenhar melhor a sua função. “O objetivo final é sermos capazes de fazer uma substituição total”, afirma.
Discutiram-se, também, as lesões meniscais em rampa, a reparação da raiz posterior do menisco, a extrusão meniscal e as lesões meniscais degenerativas, depois dos 60 anos.
Realizou-se uma revisão da investigação desenvolvida sobre os temas, comparando os tratamentos privilegiados no passado com as tendências atuais. Foram explorados os principais métodos de diagnóstico dos diferentes tipos de lesão, os seus tratamentos e, ainda, os respetivos cuidados pós-operatórios.
Através da partilha de vídeos, exemplificaram-se as técnicas mais adequadas a cada intervenção cirúrgica. O Dr. Nuno Camelo, do Hospital Pedro Hispano, alertou para a necessidade de treino e formação: “Devemos treinar e conhecer o processo normal e fazê-lo sistematicamente”.
No final do webinar, abrindo-se espaço para questões dos participantes, apelou-se a que a SPOT trabalhasse no sentido de facilitar o acesso ao banco de tecidos em Portugal. Como referiu o Dr. Nuno Marques Luís, da Unidade de Cirurgia do Joelho na CUF Descobertas, “é muito difícil arranjar dadores, talvez porque a filosofia do transplante meniscal ainda não esteja muito incutida no nosso país e, se não houver procura, também não vai haver oferta”.