Carlos Maia Dias: “Sem investigação não há inovação”

Carlos Maia Dias: “Sem investigação não há inovação”

O 3.º Congresso do Ombro e Cotovelo e 2.º Congresso Luso Brasileiro, dinamizado pela Sociedade Portuguesa do Ombro e Cotovelo (SPOC), decorrerá nos dias 5 e 6 de maio, na Nova SBE, em Carcavelos. Carlos Maia Dias, presidente da SPOC, revela mais sobre as temáticas em destaque nos dois dias de atividades, salientando os objetivos traçados para o encontro que irá mobilizar profissionais de saúde dos dois lados do Atlântico.

“Depois de dois anos de pandemia em que as realizações de eventos presenciais colocaram muitos desafios, este 3.º Congresso da SPOC visa colocar definitivamente esse período negro da nossa vida em sociedade para trás. Já livres de restrições, quis a SPOC, juntamente com os presidentes do congresso (Dr.ª Inês Pedro e Dr. Filipe Leitão), criar um evento em que todos os ortopedistas e profissionais de saúde e desporto com interesse em patologia do ombro e cotovelo pudessem discutir diversos assuntos relacionados com as artroplastias destas regiões anatómicas”, começa por explicar.

Sobre as temáticas inovadoras em debate, o ortopedista destaca a melhoria da performance e aplicação dos implantes, abordando áreas como a planificação 3D, instrumentação específica para o doente, realidade aumentada e o papel da cirurgia robótica. Não obstante, considera ser impossível condensar todo o conhecimento sobre artroplastias do ombro e cotovelo num evento único, mas afirma que as principais dificuldades e desafios técnicos, complicações e resoluções estarão contempladas e exemplificadas de forma prática, através de cirurgias relive.

Realçou, ainda, o tema da certificação em cirurgia do ombro e cotovelo, que já é um processo estabelecido no Brasil há vários anos, e a apresentação de casos interativos, contribuindo para a interação com a audiência e discussão de diferentes opções de tratamento.

Já colocando o foco nas comunicações livres, presentes no programa científico, aproveita para relembrar as dificuldades sentidas na investigação no panorama português, especialmente no contexto de especialidade cirúrgica. “Sem investigação não há inovação, e em Portugal, estando os serviços de saúde cronicamente subfinanciados, fazer investigação clínica é penoso, desgastante e extremamente difícil, mesmo em instituições privadas ou do setor social. Ainda assim, apesar dessas dificuldades, já começamos a assistir a trabalhos de pesquisa de elevada qualidade e é exatamente isso que esperamos ver exposto no nosso Congresso”.

Para finalizar, Carlos Maia Dias aponta que a meta do encontro será alcançar uma adesão superior ao 2.º Congresso da SPOC, que juntou mais de 200 congressistas, assim como potenciar a troca de experiências entre participantes nacionais e internacionais, mostrando um evidente agrado no contacto com os profissionais brasileiros. “Tenho a certeza de que será um evento de grande sucesso, em que todos, médicos ortopedistas, fisiatras, médicos de outras especialidades, fisioterapeutas, enfermeiros e outros profissionais que lidam com os nossos doentes, poderão aprender e desfrutar de um evento de elevada qualidade científica, num espaço moderno e com uma localização fantástica”.