03/11/2023
A Secção do Punho e Mão, coordenada por Filipa Santos Silva, esteve representada no 42.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), arrancando com uma apresentação sobre os critérios para o tratamento das fraturas do rádio.
De seguida, foi possível abordar as formas de tratamento conservador e cirúrgico, começando pela reflexão se os fios de Kirschner ainda têm lugar ou se foram totalmente substituídos pelas placas volares, que a coordenadora considera que “apesar de serem mais utilizadas atualmente, não têm indicação para todas as situações, pelo que importa conhecer as alternativas”.
Uma das opções destacadas durante a sessão foi a utilização das placas de fragmentos específicos ou de fixação interna. “Nas situações em que se pretende restaurar a anatomia, mas o rádio está muito fragmentado, são uma alternativa que importa conhecer”, disse Filipa Santos Silva.
A também coordenadora da equipa de subespecialidade de Mão e Punho no Hospital CUF Descobertas, em Lisboa, destacou ainda a decisão entre o tratamento conservador ou a cirurgia, frisando que quando existe angulações iniciais superiores a 20 graus, encurtamentos do rádio superiores a 4 mm e décalage superior a 2 mm, o tratamento conservador vai condicionar um mau resultado. “É necessário atender à Medicina baseada na evidência e aos critérios de tratamento para maximizar a sua eficácia, independentemente de ser a abordagem conservadora ou a cirúrgica!”, recordou ainda.
Foi ainda abordada a técnica de artroscopia na redução das fraturas do rádio, sobretudo nas articulares e no tratamento das lesões associadas, estabelecendo assim uma ponte para a segunda parte da iniciativa, dedicada exclusivamente às fraturas do rádio.
Filipa Santos Silva explicou que estiveram em análise três tipos de fraturas nesta região da mão: “As lesões que envolvem os ligamentos volares do carpo e que importa identificar no intraoperatório, sob pena de ocorrência de luxação da articulação radiocárpica; as lesões escafolunares, cuja identificação e potencial tratamento intraoperatório também se reveste de particular importância, na medida em que podem resultar em artrose do punho; e as lesões mais benignas, como as da fibrocartilagem, que até podem não provocar queixas, mas, se isso acontecer, devem ser resolvidas”.
Para finalizar, o foco foi colocado sobre as estratégias de resolução de complicações, apresentando desde casos clínicos a um momento dinâmico com quizz, que promoveu a interação com os participantes da sala.