24/07/2025
No passado dia 21 de julho de 2025, decorreu o webinar “Tudo sobre Fraturas Periprotésicas”, organizado pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. O evento reuniu especialistas nacionais para discutir esta patologia cada vez mais frequente e complexa no contexto ortopédico.
A sessão arrancou com Miguel Marta a simplificar o raciocínio clínico deste problema: “Se a fratura está estável, trata-se a fratura. Se a prótese está instável, revê-se a prótese e trata-se a fratura”. Como complemento, abordou o aumento da utilização de próteses, as principais complicações, detalhando causas, fatores de risco e objetivos terapêuticos.
António Brito Camacho distinguiu as fraturas precoces das tardias, alertando que as periprotésicas têm tendência a aumentar, tal como os custos de tratamento. O especialista explicou os desafios biomecânicos e biológicos, o momento ideal para a intervenção e a escolha entre o fixar ou rever. “Casos em que ambas as opções, de fixar ou rever, são viáveis, a fixação interna é a opção menos agressiva, mas com piores resultados funcionais”, concluiu.
No caso do ombro, Carlos Maia Dias destacou a raridade das complicações e apresentou fatores de risco, classificações e diferentes opções terapêuticas, cirúrgicas e conservadoras. “Sempre que fazemos uma revisão temos o dobro das complicações e uma consolidação muito mais lenta”, clarificou.
Ao falar da anca, Jorge Cruz de Melo, reforçou a importância da preparação profissional e destacou a prevalência das artroplastias das grandes articulações, com referência ao tratamento de fraturas periprotésicas do fémur. “Esta patologia é um desafio cada vez mais frequente. A análise detalhada do padrão de fratura, estabilidade do implante e qualidade óssea são fundamentais”, reforçou.
Sobre o joelho, Paulo Jorge Carvalho referiu os múltiplos fatores envolvidos do doente, implante e da cirurgia, abordando temáticas ligadas à placa central bloqueada, à placa medial e ao encavilhamento. “Os doentes idosos com comorbilidades associadas e mau stock ósseo são os que tornam o tratamento mais desafiante”, salientou.
Miguel Marta encerrou a sessão diferenciando as fraturas interprotésicas das periprotésicas. Conforme explicado o conceito de stress riser, abordou técnicas com cimento ósseo e enxertos. “Não existe vantagem biomecânica no uso de enxertos estruturais se se usar uma placa longa com parafusos bicorticais”, finalizou.