Sociedade Ortopédica de Língua Portuguesa e a Federação Ortopédica de Língua Portuguesa (SOLP/FOLP) reforçam laços científicos e culturais entre países lusófonos

08/11/2025

A Sociedade Ortopédica de Língua Portuguesa/ Federação Ortopédica de Língua Portuguesa (SOLP/FOLP) esteve presente no 44.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia (CNOT) com uma mesa-redonda dedicada à osteoartrose, abordando as particularidades e desafios do tratamento da artrose da anca (quadril) e do joelho nos países de língua portuguesa. A sessão foi coordenada por Rui Dias, que destaca o valor simbólico e científico deste encontro como “um espaço de partilha de experiências entre ortopedistas de diferentes realidades, unidos pela mesma língua e pela mesma paixão pela ortopedia.”

Criada em 2007, durante o XXVII Congresso da SPOT, a SOLP nasceu do esforço conjunto da SPOT, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Ordem dos Médicos de Angola, da Ordem dos Médicos de Cabo Verde e da Associação Moçambicana de Ortopedia e Traumatologia, com o objetivo de estreitar relações científicas e humanas entre os ortopedistas dos países lusófonos. Desde então, tem desenvolvido um vasto trabalho na organização de congressos, programas de intercâmbio e apoio assistencial e formativo, contribuindo para a criação de novas sociedades nacionais, como a Sociedade Angolana de Ortopedia e Traumatologia (SAOT) e a Sociedade Cabo-Verdiana de Ortopedia e Traumatologia (SCOT).

Com o seu crescimento e maturidade institucional, a SOLP evoluiu naturalmente para a Federação Ortopédica de Língua Portuguesa (FOLP), refletindo a sua nova dimensão e abrangência. Esta designação traduz o caráter federativo da estrutura, que integra sociedades ortopédicas de vários países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e médicos ortopedistas de territórios ainda sem uma sociedade formalmente constituída.

A presença da SOLP/FOLP no CNOT 2025 representa, segundo Rui Dias, “um passo significativo na consolidação da cooperação científica entre países que partilham a língua portuguesa e enfrentam desafios ortopédicos tão distintos quanto complementares.” A mesa-redonda sobre osteoartrose, que decorreu presencialmente e via Zoom, reuniu palestrantes de Moçambique, Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, proporcionando um debate rico sobre etiologia, prevalência, diagnóstico e tratamento desta patologia nos diferentes contextos nacionais.

Para Rui Dias, “o grande valor desta reunião reside na diversidade de experiências e realidades. Em cada país, as causas, os recursos e as soluções são diferentes, e é precisamente essa diferença que constitui a maior riqueza da FOLP. O objetivo não é uniformizar práticas, mas partilhar conhecimento e adaptar soluções à realidade de cada território.”

De acordo com os Estatutos da Federação, a FOLP tem como missão o estreitamento das relações científicas entre os seus associados, a organização de eventos de intercâmbio, o estímulo à investigação e o apoio assistencial especializado no tratamento da patologia ortopédica nos países da CPLP.

Os desafios, sublinha Rui Dias, “são diferentes consoante a realidade de cada país: enquanto alguns enfrentam o desafio de integrar tecnologias avançadas, como a robótica e a navegação cirúrgica, outros ainda lutam pela consolidação das suas redes hospitalares e pela formação de médicos e técnicos altamente qualificados.” Essa dicotomia, acrescenta, “deve ser vista não como uma limitação, mas como um campo fértil de colaboração e de desenvolvimento mútuo.”

A SOLP/FOLP tem vindo a promover bolsas de formação para jovens ortopedistas dos PALOP, incentivando a mobilidade e o intercâmbio científico entre instituições. O coordenador enfatiza que “para consolidar este projeto é fundamental uma participação ativa de todos os países-membros, com envolvimento das suas sociedades nacionais e dos ortopedistas individualmente.”

Rui Dias conclui com uma nota de reconhecimento: “Quero expressar o nosso profundo agradecimento à SPOT e ao Presidente da Comissão Científica do 44.º Congresso, Dr. Manuel Cassiano Neves, pelo apoio e pela inclusão de uma sessão dedicada à SOLP/FOLP no programa oficial. Agradeço igualmente aos Presidentes das várias Sociedades que integram a Federação pela sua disponibilidade e empenho. Acreditamos que a SOLP/FOLP será, no futuro, um parceiro indispensável no panorama científico, promovendo o ensino, a investigação e o espírito de cooperação que sempre caracterizou a ortopedia de língua portuguesa.”