Como preparar a reforma dos ortopedistas?

Como preparar a reforma dos ortopedistas?

Carlos Maia Dias, organizador da sessão “Preparar a reforma”, integrada no 42.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia da SPOT, explicou que esta mesa-redonda surge uma vez que “a reforma se prepara agora”.

A sessão “Preparar a reforma” consistirá num debate aberto, moderado por Camilo Lourenço, em que serão estudadas várias alternativas disponíveis para precaver e mitigar as incertezas do futuro socioprofissional e para garantir a reforma dos ortopedistas. Deste modo, todos os convidados serão convidados a discutir, com a assistência, qual a melhor preparação para o acontecimento, à luz da poupança e/ou investimento, propondo diferentes produtos financeiros. Serão analisadas vantagens, desvantagens e riscos das propostas apresentadas, assim como sugestões sobre onde investir ou não. Estes e muitos outros temas serão incitados pelo moderador e pelos participantes.

De acordo com o organizador da sessão, irão estar presentes convidados da área financeira, que “proporcionarão uma visão diferente da típica abordagem conservadora a que assistimos nas últimas décadas, voltadas para a poupança ‘sem risco’, mas com um ganho futuro também bastante limitado”.  

O especialista adiantou que a reforma pode ser, para qualquer profissional, um enorme desafio. “No caso dos ortopedistas, habituados a liderar equipas num ambiente stressante, com uma enorme carga de trabalho, mesmo que consigam, durante a sua carreira, evitar um burnout, provavelmente irão lidar de forma desagradável com a passagem, muitas vezes compulsiva, para a reforma. A maneira como se lida, emocionalmente, com esse período da vida pode ser um momento angustiante e bastante redutor para pessoas para quem o seu trabalho é algo que as define, já que durante toda uma vida sentiram que tinham um enorme impacto na vida de milhares de concidadãos”.  

Além das questões físicas e psicológicas, acresce a questão financeira. Carlos Maia Dias referiu que a “perda de rendimento na reforma é um dado adquirido, e essa questão poder-se-á agudizar nos próximos anos com o conhecido e irreversível problema do envelhecimento geracional português, pelo que é muito importante alguma literacia financeira para dotar os profissionais de instrumentos que lhes permitam evitar um potencial colapso na sua qualidade de vida, numa altura em que a capacidade de ganho poderá estar comprometida”.

“Os ortopedistas, como a maioria dos médicos, são pessoas estudiosas e afincadamente dedicadas à sua arte. Sendo necessária uma dedicação praticamente plena à atividade assistencial, seja na consulta, no bloco ou na urgência, sobra muito pouco tempo para tempos livres, família, desporto e, eventualmente, algum hobby e, muito menos, para que possamos aprender sobre outros temas, nomeadamente este que poderá ser preponderante na nossa vida futura. Pareceu à Direção da SPOT que este tema poderia e deveria ser discutido no maior evento nacional de Ortopedia e Traumatologia”, justificou.

Mais informações em https://congresso.spot.pt/