Especialistas debatem caminhos para salvar o SNS

07/11/2024

Na sessão “Quo Vadis SNS”, especialistas de várias áreas da saúde analisaram o estado crítico e o futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal. Nuno Jacinto, da APMGF; Pedro Varanda, da SPOT; Eurico Castro Alves, do Ministério da Saúde; Rita Perez, da ULSLO; Francisco Velez Roxo, ISEG, e Bruno Magalhães, da ULSSA, reuniram-se para discutir as causas e potenciais soluções para os desafios que o SNS enfrenta atualmente.

A sessão começou com uma reflexão acerca do ponto de situação atual do Serviço Nacional de Saúde, assim como o seu futuro. Foi destacada uma série de limitações orçamentais e estruturais que, combinadas com a falta de recursos humanos, contribuíram para uma pressão crescente sobre o sistema. O SNS, antes considerado um destino desejado para profissionais de saúde, enfrenta agora dificuldades em atrair e manter médicos e enfermeiros, devido à carga de trabalho excessiva e às condições laborais desafiantes.

A urgência de soluções foi um ponto central da discussão. São necessárias medidas imediatas para evitar um possível colapso do SNS, incluindo a revisão dos modelos de contratação e remuneração dos profissionais de saúde, para tornar o SNS um local de trabalho mais atrativo e sustentável. Destacou-se o papel crucial das Unidades Locais de Saúde (ULS) e das Urgências Metropolitanas como possíveis alternativas para melhorar a gestão e a acessibilidade dos serviços, defendendo-se que a viabilidade do SNS depende de uma abordagem mais integrada com o setor privado e social.

Outro tema debatido foi o reforço dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) como base de um sistema de saúde mais eficiente. Foi sublinhada a importância de tornar os CSP mais atrativos para os profissionais, o que ajudaria a descongestionar as urgências hospitalares e garantir uma assistência mais próxima e contínua para os cidadãos.

A questão da sustentabilidade financeira e da complementaridade com o setor privado também foi discutida. Os moderadores defenderam a necessidade de explorar parcerias estratégicas com o setor privado e social, para aliviar a pressão sobre o SNS sem comprometer o acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde.

No final, o painel concordou que o SNS enfrenta um momento crítico, e que é essencial adotar uma estratégia coordenada, tanto de curto como de longo prazo, para revitalizar o sistema e garantir a sua capacidade de resposta. A sessão foi um apelo à ação, deixando claro que o futuro do SNS depende de reformas urgentes e de uma visão integrada que una esforços públicos e privados em prol da saúde dos portugueses.