Especialistas discutem sustentabilidade dos seguros de saúde em Portugal e alertam para limites dos custos para os cidadãos

08/11/2024

No 43.º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, a mesa-redonda intitulada “Sustentabilidade dos seguros de saúde: o desafio dos custos crescentes” reuniu especialistas e representantes de várias instituições do setor da saúde e dos seguros, numa discussão aprofundada sobre os crescentes custos e desafios associados ao financiamento de cuidados de saúde em Portugal.

A sessão contou com a participação de João Manuel Teixeira, representando a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT); Luís Prazeres, da AdvanceCare; Luís Drummond Borges, do grupo Lusíadas Saúde; e Pedro Correia, da Médis. Juntos, abordaram questões críticas sobre como financiar a introdução de novas tecnologias, medicamentos e procedimentos inovadores, enquanto se enfrenta uma procura crescent

e por parte dos consumidores, que exigem acesso rápido e abrangente a cuidados de saúde de qualidade.

O debate levantou várias questões-chave, como a pressão exercida pelos clientes, que esperam um serviço completo, imediato e acessível. Foi discutido o equilíbrio entre as margens comerciais das seguradoras e a sustentabilidade do sistema, considerando ainda a possibilidade de limitar essas margens para tornar os seguros de saúde mais acessíveis.

Outro tema central foi o aumento dos prémios das apólices de seguros, uma tendência que, segundo os oradores, deverá manter-se, tendo em conta os custos cada vez mais elevados. No entanto, foi reconhecido o desafio que representa para a população portuguesa, onde os salários médios são relativamente baixos face ao nível de despesas médicas comparáveis ao de outros países. Para muitos cidadãos, os custos de saúde estão a tornar-se uma carga difícil de suportar, e os especialistas alertaram para um possível ponto de “insustentabilidade” para o cidadão e para o próprio sistema de saúde.

Ao final da sessão, os especialistas concordaram que, embora a inovação e a tecnologia representem avanços indispensáveis, é urgente encontrar um modelo de financiamento que permita acesso equitativo à saúde e que seja viável para os portugueses a médio e longo prazo.