07/11/2024
No 43.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia, a sessão intitulada “Hospitais Privados de Grande Dimensão: os Hipermercados da Saúde?” promoveu um intenso debate sobre o papel e impacto dos grandes hospitais privados em Portugal. A sessão, que contou com a moderação de Jorge Mineiro e com a participação de Pedro Líbano Monteiro, da Luz Saúde; Catarina Gouveia, da CUF; Luís Prazeres, da AdvanceCare; Luís Drummond Borges, dos Lusíadas; e Pedro Correia, da Médis, explorou temas essenciais para o futuro do setor.
Um dos principais pontos discutidos foi a dualidade entre as vantagens e desvantagens dos grandes hospitais privados. Para alguns, o crescimento das redes hospitalares permite um acesso mais facilitado a cuidados médicos de qualidade, garantindo eficiência e economia de escala. Contudo, levantaram-se também questões sobre o risco de estes hospitais se transformarem em “hipermercados da saúde”, onde o volume de serviços pode estar acima da qualidade de atendimento individualizado.
A discussão incluiu ainda o impacto dos grandes hospitais na sustentabilidade do sistema de saúde e na relação com os profissionais médicos. Vários membros do painel defenderam que, para atrair e reter talento, estas instituições deverão investir na criação de verdadeiras carreiras, com contratos de trabalho individualizados e formação contínua para as suas equipas.
A sessão concluiu com um debate sobre o futuro das unidades de saúde de pequena dimensão, cujas vantagens em termos de proximidade e personalização dos cuidados foram reconhecidas, mas cuja sobrevivência pode estar ameaçada num contexto cada vez mais dominado pelos grandes grupos hospitalares. Entre incertezas e novos desafios, o painel concordou que o papel dos grandes hospitais privados será determinante, mas sublinhou a necessidade de um equilíbrio entre a sustentabilidade financeira e a missão essencial de garantir cuidados de saúde de qualidade e humanizados.