07/11/2024
Na sessão “Inovação e Financiamento”, realizada durante o 43.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia, um painel de especialistas discutiu os desafios críticos e as estratégias de financiamento para sustentar o avanço da tecnologia e da inovação no setor da saúde. Moderada por João Gonçalves, da APORMED, a sessão contou com a participação de Luís Prazeres, da Advance Care; Pedro Correia, da Médis; Francisco Velez Roxo, do ISEG, e Rui Pinto, da SPOT, que abordaram temas centrais para o futuro dos cuidados médicos em Portugal.
O debate iniciou-se com uma análise do crescimento exponencial da inovação tecnológica e a questão de como financiar este avanço sem comprometer a sustentabilidade do sistema de saúde. Foi chamada a atenção para a crescente pressão financeira que as novas tecnologias impõem, referindo que a adoção de procedimentos inovadores exige não só investimento, mas também uma abordagem criteriosa e sustentada. Também foi destacada que a distinção entre novidade e verdadeira inovação é essencial, alertando para o risco de “novidades” serem apresentadas ao mercado como inovações legítimas, mas sem o suporte de evidência científica sólida, servindo apenas como ferramentas de marketing.
Os palestrantes defenderam a importância de critérios claros para avaliar se uma tecnologia experimental deve ser financiada pelos financiadores, como seguradoras e o Estado, ou se é necessário esperar até que haja prova científica suficiente do seu valor.
Os membros do painel encerraram a discussão destacando a importância de um equilíbrio entre inovação e sustentabilidade financeira, promovendo um sistema de saúde que acompanhe os avanços tecnológicos sem perder de vista a qualidade e o acesso aos cuidados. A sessão foi um alerta e, ao mesmo tempo, uma proposta de caminhos concretos para enfrentar os desafios financeiros que a inovação traz, sublinhando a necessidade de políticas de financiamento claras e de uma visão estratégica partilhada entre os sectores público e privado.