07/11/2024
A Comissão de Jovens Especialistas da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (JESPOT) marcou presença no 43.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia, com uma participação focada nas questões centrais que surgem após a obtenção do título de especialista em Ortopedia. Coordenada por Duarte Sousa e André Vinha, a JESPOT trouxe para discussão temas fundamentais para a carreira dos jovens ortopedistas, numa tentativa de responder à questão inevitável: “E agora?”.
“Gostaríamos, em primeiro lugar, de destacar o papel fundamental das secções da SPOT e das sociedades filiadas na organização e promoção da divulgação científica no âmbito do Congresso”, sublinhou Duarte Sousa. Para a JESPOT, no entanto, a principal missão foi “abordar questões mais transversais que se colocam a todos os profissionais assim que são reconhecidos como especialistas em Ortopedia e Traumatologia”, afirmou.
Entre os temas debatidos, um dos mais relevantes foi a escolha entre o setor público e o privado, uma decisão que muitos novos especialistas enfrentam numa altura em que as condições no Serviço Nacional de Saúde (SNS) se agravam e o número de pessoas com seguros de saúde aumenta. “Organizámos uma mesa-redonda onde colegas partilharam as suas experiências em ambos os setores, permitindo aos participantes perceber os motivos que levaram cada um a seguir determinado caminho. Acreditamos que este tipo de discussão proporciona informações valiosas para escolhas mais conscientes e informadas”, explicou André Vinha.
Outro ponto central foi a questão da subespecialização. “Muitos recém-especialistas têm dúvidas sobre o processo de subespecialização dentro da Ortopedia. Pretendemos clarificar o que é necessário fazer para adquirir uma especialização mais específica e orientar os colegas sobre os passos a seguir”, destacou Duarte Sousa.
Além das questões técnicas, a JESPOT não deixou de fora temas mais abrangentes e atuais, como o papel das redes sociais na prática ortopédica. “É essencial compreender como estas plataformas podem ser utilizadas para projetar a imagem profissional do ortopedista e para promover a literacia em saúde”, acrescentou André Vinha.
Outro aspeto inovador trazido pela JESPOT foi a gestão financeira, um tema que, segundo os coordenadores, ainda é tabu em muitos setores da sociedade portuguesa. “Organizámos uma sessão dedicada à gestão das finanças pessoais. Sabemos que é uma área em que muitos especialistas têm pouca preparação e queremos dar-lhes ferramentas para uma administração financeira mais eficaz”, afirmou Duarte Sousa.
Com estas iniciativas, a JESPOT pretende contribuir não só para o desenvolvimento profissional, mas também pessoal dos novos especialistas, fornecendo-lhes uma base sólida para as decisões que terão de tomar ao longo das suas carreiras.
“Esperamos que estas discussões tenham proporcionado uma reflexão mais profunda e ajudado os nossos colegas a sentirem-se mais preparados para os desafios futuros”, concluiu André Vinha.