Dos dias 2 a 4 de novembro, Vilamoura foi o local de encontro de ortopedistas que procuraram atualizar e difundir conhecimentos. O 42.º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) usufruiu de diferentes formatos de sessões científicas e da possibilidade de interação direta entre clínicos e a indústria.
“A atualização contínua de conhecimentos tem de ser uma prioridade para o ortopedista. A realização de estudos e a sua divulgação permitem uma análise crítica ao nosso trabalho e confrontá-lo com os resultados de outros grupos e, assim chegar a consensos que permitam oferecer, em cada momento, as melhores práticas ao nosso doente”, menciona Nuno Neves, vice-presidente da mesa da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) e presidente do congresso. “A possibilidade de contar com especialistas internacionais, reconhecidos nas suas áreas clínicas, permite o contacto com os avanços mais recentes e diferentes formas de trabalho, que poderão e deverão influenciar a nossa prática. Por outro lado, é uma ocasião para também mostrarmos a nossa própria atividade e capacidade e, assim, ganhar relevância no palco ortopédico internacional.”
Embora o congresso tenha ido ao encontro destes objetivos, Nuno Neves destacou a necessidade de futuros eventos se tornarem fóruns de discussão mais amplos, e de encontrar temas e formatos que motivem os Ortopedistas para além da própria prática clínica, visto que “os grandes congressos médicos atravessam um período de indefinição e dificuldades, fruto da crescente subespecialização”. De acordo com o presidente, “a procura é cada vez maior por cursos e encontros temáticos, colocando em causa a organização de grandes eventos transversais, numa época de escassez de recursos”.
Apesar da crescente formação e prevalência da patologia ortopédica e traumatologia, estas áreas raramente figuram entre as prioridades de saúde pública nos sucessivos Planos Nacionais de Saúde. Deste modo, Nuno Neves alertou para a importância da Ortopedia e Traumatologia, especialmente diante do envelhecimento da população, do direito por uma busca constante por uma vida ativa e saudável, e da necessidade de apoio em caso de traumas desportivos. “Cabe também aos ortopedistas, agregados na sua sociedade, alertar para esta problemática e realçar a sua relevância”.