Ortopedia no Brasil em debate no 42º Congresso da SPOT

03/11/2023

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Sociedade Convidada do 42.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia dinamizou uma sessão, no segundo dia de congresso, com a presença de convidados internacionais: João Matheus Guimarães (moderador), Marcos Esner Musafir, José Sérgio Franco, Geraldo da Rocha Motta Filho, Fernando Baldy dos Reis e Paulo Lobo Jr.

O impacto da Covid-19 na Ortopedia e Traumatologia no Brasil foi o primeiro tema em análise: “Neste período, as fraturas deixaram de ser operadas e foram adiadas cirurgias urgentes, como a colocação de próteses da anca e do joelho”, disse João Matheus Guimarães, presidente da SBOT. Consequentemente, “neste momento, um grande número de pessoas ainda aguarda pelas cirurgias urgentes, sendo que muitas ficaram com sequelas devido ao tempo de espera superior”.

Nas preleções seguintes, foram discutidas a “tríade terrível”, ou seja, as lesões complexas do cotovelo, e o estado da arte da artroplastia nas fraturas proximais do úmero, com destaque para a artroplastia inversa. Trata-se de uma técnica “muito indicada no tratamento destas fraturas e consiste em retirar a cabeça do úmero, que é invertida e passa para a escápula, enquanto a prótese recebe uma espécie de encaixe da cabeça do osso”, explicou João Matheus Guimarães.

Seguiu-se uma apresentação dedicada à abordagem ortoplástica das lesões traumáticas, que, frequentemente, afetam o osso e as partes moles, pelo que “a intervenção cirúrgica implica a reconstrução ortoplástica e a associação de retalhos, sejam cirúrgicos ou locais, de forma a reconstruir a zona lesionada”, esclarece o presidente da SBOT.

A artroplastia total do joelho bilateral simultânea foi discutida a seguir. “Num doente com artrose bilateral que necessita de colocar prótese, pode-se operar um lado e, depois, aguardar três meses até operar o outro lado. Também é possível operar ambos os lados em simultâneo, o que, apesar de ser mais arriscado, pode significar uma recuperação mais rápida”, comentou o moderador da sessão.

Para terminar a sessão decorreu uma mesa-redonda intitulada “A Ortopedia no Brasil”, durante a qual seis ortopedistas brasileiros discutiram o internato médico, a prova para obtenção do título de especialista, o congresso anual da SBOT, a revista brasileira de Ortopedia, o ponto de situação da medicina pública e privada no Brasil, bem como a cooperação entre a SBOT e a SPOT ao nível de intercâmbios e fellowships.