O podcast “Osso duro de roer” é uma iniciativa dinamizada pela Comissão de Internos da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (CISPOT), cuja organização é da responsabilidade de João Luís Silva, detentor do pelouro de podcasts da CISPOT.
O ortopedista começou por destacar os objetivos do projeto, não deixando de salientar a importância da comissão anterior no impulsionamento da ideia. “Foi criado pela comissão anterior à nossa, apenas herdámos esta boa iniciativa. Tinham como objetivo colocar referências nacionais em determinadas áreas a debater temas populares e comuns na formação de internos de Ortopedia, para auxiliar o estudo, para desenvolver familiaridade com o léxico da Ortopedia e poder também aguçar a nossa aptidão como comunicadores, quer para ciência quer para educação médica, já que boa parte da nossa avaliação em toda a carreira é obtida sobretudo pelo nosso desempenho verbal”.
Por outro lado, o profissional de saúde salientou as vantagens associadas ao formato áudio, referindo a sua polivalência em termos de acesso. “É um formato em franca explosão. O acesso fácil quando desejado pelos utilizadores e o facto de ser puramente áudio permite enquadrar a sua fruição no rádio do carro, nos transportes, na prática desportiva ou durante tarefas menos exigentes para a concentração. Esta ascensão e popularidade rápida do podcast tornam o interesse e adesão dos convidados em algo muito natural e espontâneo”.
Neste momento, a série de episódios já se encontra a iniciar a segunda temporada, contudo, João Luís Silva aproveitou para recordar alguns dos temas abordados na primeira temporada, onde se abrangeu um leque amplo de áreas anatómicas, como também o internato da especialidade, infeções, fraturas e tumores. Salientou, ainda, a tentativa de apresentar palestrantes de vários hospitais de contextos diferentes.
No que diz respeito ao critério na seleção de temas, o médico referiu que são tidos diversos cuidados, entre os quais tentar abordar assuntos menos debatidos nos episódios precedentes. Acerca do moderador, deve ser alguém em que sobressaia o reconhecimento consensual pelos pares nacionais e internacionais, pelas suas capacidades oratórias e pelo trabalho de longa data no assunto. Também poderá ser um fator a ligação à SPOT ou sociedades afiliadas, mantendo a imparcialidade possível.
Por fim, João Luís Silva fez o ponto de situação relativamente à segunda temporada, desvendando alguns dos tópicos que já estão programados em agenda. “Já temos dois episódios, um sobre a gestão de terapêutica peri-operatória no doente idoso, dada a endemia de traumatologia de fragilidade do fémur proximal e a complexidade médica destes doentes, com escassez de apoio por Medicina Interna e Ortogeriatria, devido à convalescença da reorganização imposta pela COVID-19. Um segundo episódio sobre artropatia da coifa dos rotadores, tentando algoritmizar possíveis abordagens e linhas de tratamento cirúrgico. Ambicionamos incluir um tema por região anatómica e incidiremos menos nos temas de Ortopedia Pediátrica, dado ter surgido, entretanto, o SPOPcast, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Pediátrica (SPOP), que recomendamos aos ouvintes”.