08/11/2024
A Secção para as Questões Médico-Legais da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) realizou uma sessão fundamental no 43.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia, focando-se em temas cruciais para a prática médico-legal, como o impacto do estado prévio na avaliação de sequelas decorrentes de acidentes. Com destaque especial para a lesão de whiplash e as sequelas pós-traumáticas no ombro, a sessão procurou aprofundar a compreensão das lesões traumáticas e suas repercussões em pacientes com condições degenerativas pré-existentes.
Cristina Varino Sousa, organizadora da sessão, explicou a relevância da escolha dos temas para a prática ortopédica atual: “A avaliação das sequelas em pacientes com lesões degenerativas prévias representa um desafio comum aos ortopedistas e peritos. Abordar esta questão é essencial para alcançarmos consensos mais sólidos e eficazes na área médico-legal.” Para enriquecer a discussão, foram convidados especialistas de diferentes setores: um ortopedista ligado à prática clínica privada, um profissional com experiência na avaliação em seguradoras e um perito da carreira de Medicina Legal. “Cada um trará uma perspetiva única sobre as lesões traumáticas do ombro, o que permitirá uma análise completa das implicações e desafios na avaliação médico-legal”, sublinhou.
A organizadora expressou ainda a importância da sessão para o desenvolvimento do conhecimento na Ortopedia em Portugal, enfatizando que este tipo de discussão promove uma visão mais rigorosa e consensual na abordagem das sequelas traumáticas. “Queremos discutir a fundo as responsabilidades e as metodologias de avaliação, para que as decisões tomadas sejam mais equitativas e baseadas no estado da arte”, destacou. Este debate, afirma Cristina Varino Sousa, é fundamental para que os ortopedistas disponham de critérios mais claros e partilhados no que toca à avaliação de danos e às responsabilidades legais envolvidas.
A sessão teve também um caráter interativo, incentivando os participantes a partilhar dúvidas, casos práticos e opiniões, para que a experiência conjunta contribua para o enriquecimento de todos. “Esperamos que os colegas saiam daqui com ferramentas clínicas mais robustas e com uma compreensão mais profunda dos desafios e das melhores práticas na avaliação médico-legal”, concluiu.
