Secção de Trauma explora inovações na cirurgia ambulatória e desafios clínicos

08/11/2024

No 43.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia, a Secção de Trauma realizou duas sessões dedicadas à exploração de tópicos fundamentais para o desenvolvimento da Ortopedia em Portugal, com especial foco no planeamento organizacional e nos avanços clínicos. Miguel Marta, coordenador da secção, explicou que esta abordagem dupla foi desenhada para abranger diferentes interesses dos participantes e incentivar uma análise completa de temas críticos.

Primeiramente, a Secção abordou a “Cirurgia de Ambulatório em Traumatologia”, uma prática em crescimento que promete transformar a gestão dos cuidados traumatológicos no país. “Esta modalidade é uma tendência crescente, tanto pelo conforto que oferece aos doentes, como pelos benefícios organizacionais e de custo”, afirmou Miguel Marta. Durante a sessão, os participantes debateram as melhores práticas, indicações e modelos organizacionais possíveis para o desenvolvimento da cirurgia ambulatória, visando vantagens tanto para os doentes quanto para as instituições e profissionais de saúde.

O encerramento desta sessão contou ainda com a apresentação de um projeto inovador de registo das fraturas do colo do fémur, uma condição cujo impacto cresce com o envelhecimento da população portuguesa. “É essencial conhecer a realidade nacional para que possamos planear, tratar e reintegrar social e profissionalmente os doentes com esta patologia. Este registo será um passo crucial nesse sentido”, acrescentou, destacando o potencial do projeto para melhorar a qualidade dos cuidados em Ortopedia.

A segunda sessão foi dedicada a um tema clínico específico: as fraturas periprotésicas e peri-implante, cuja incidência tem aumentado consideravelmente. Com um formato de discussão abrangente, desde o diagnóstico inicial até às opções de tratamento, a sessão contou com a participação de ortopedistas das secções do ombro, anca e joelho, tornando a análise abrangente e multidisciplinar. “Ao discutirmos estas fraturas do início ao fim, garantimos que nenhum aspeto foi deixado de fora. O objetivo é que todos saiam da sessão com um entendimento atualizado e concreto sobre o que deve ser feito”, enfatizou Miguel Marta.

Para Miguel Marta, estas sessões foram estruturadas para trazer benefícios práticos e estimular uma reflexão contínua. “Com a primeira sessão, esperamos contribuir para um melhor planeamento estratégico no tratamento do trauma em Portugal. Com a segunda, procuramos estabelecer um consenso que forneça respostas claras e concretas para essas fraturas complexas”, explicou.

Os participantes deixaram o congresso não apenas com novos conhecimentos técnicos, mas com uma perspetiva crítica sobre o impacto que essas atualizações podem ter nas suas práticas clínicas diárias. “Esperamos que saiam a pensar que valeu a pena, e que esta seja uma reflexão proveitosa, não apenas no momento, mas que os inspire a considerar mudanças significativas tanto na sua prática pessoal quanto no contexto dos seus serviços”, concluiu Miguel Marta.