A Secção de Trauma da SPOT, também presente no 42.º Congresso Nacional, realizou três sessões, tendo como tema comum as fraturas expostas. “Os tópicos abordados seguem uma evolução, desde a epidemiologia, a definição, o diagnóstico e a classificação destas lesões, até à profilaxia ao tratamento e à gestão das complicações associadas”, descreve Miguel Marta, coordenador desta secção.
Na primeira parte, foram abordados tópicos como a epidemiologia, diagnóstico, classificação e tratamento das fraturas expostas. Destacou-se a importância do momento no tratamento e da profilaxia antibiótica. Questões de extrema relevância surgiram, como o desafio de determinar se o tratamento deve ser imediatamente quando o paciente chega à unidade de urgência ou se é viável aguardar pela assistência de uma equipa com condições mais especializadas.
Após o almoço, a sessão teve por base uma análise minuciosa dos prazos, procedimentos e critérios que orientam o tratamento definitivo ou sequencial das fraturas expostas. Foram, ainda, abordadas controvérsias em relação ao papel da fixação interna e à abordagem de tratamento primária definitiva das lesões das partes moles.
“É preciso definir se estas lesões devem ser tratadas em todos os hospitais, nomeadamente nos periféricos, ou apenas num centro especializado”, disse Miguel Marta, acrescentando que “também é necessário definir se estas fraturas requerem a intervenção dos cirurgiões vasculares ou se podem ser tratadas pelos ortopedistas nos hospitais periféricos. Importa ainda saber que fraturas devem ser tratadas no próprio dia e quais as que devem ser referenciadas para um hospital específico”.
Após o debate “Onde tratar estas fraturas?”, a secção explorou complicações, como lesões vasculares, infeções e consolidação inadequada, e discutiu diretrizes para amputação. Por fim, foram discutidos casos especiais de fraturas expostas em crianças.
Miguel Marta, em jeito de balanço, assumiu que “este modelo de congresso funcionou, mesmo com várias sessões e iniciativas a decorrer em simultâneo. As pessoas colaboraram e demonstraram que, quando o programa é de facto interessante, estão presentes e interessam-se pelo que está a acontecer. Este congresso foi o renascer da SPOT”.
Sobre a Secção de Trauma em particular, o coordenador mostrou-se orgulhoso com tudo o que foi feito. “Superou as nossas expectativas, sobretudo com audiência a participar em todas as sessões”.