SPOT cria Grupo de Estudo de Modelos de Organização e Gestão

23/10/2024

A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) acaba de lançar o Grupo de Estudo de Modelos de Organização e Gestão (GEMGO), uma iniciativa inovadora coordenada por Acácio Ramos e Pedro Dantas. Esta nova estrutura tem como objetivo principal capacitar os ortopedistas portugueses com competências de gestão, liderança de equipas e resolução de conflitos, áreas essenciais para o desempenho clínico de excelência. “Como poderemos fazer um melhor trabalho clínico, com melhores resultados, se apenas estivermos concentrados nos aspetos técnicos da especialidade?”, questiona Acácio Ramos, sublinhando a importância de um entendimento mais abrangente do contexto organizacional.

O GEMGO foi criado com base na perceção de que, além das competências técnicas, é necessário que os profissionais de Ortopedia desenvolvam capacidades transversais que melhorem o ambiente organizacional. Entre os seus principais objetivos, o grupo procura sensibilizar os sócios da SPOT para a importância de uma gestão eficaz e promover a criação de uma estrutura que permita a recolha de dados sobre os principais desafios organizacionais que os serviços de Ortopedia enfrentam. “Pretendemos não só caracterizar a realidade nacional, como elencar as dificuldades principais e propor medidas de melhoria”, explica o coordenador do GEMGO.

O grupo também atuará como consultor para os serviços clínicos de Ortopedia, ajudando a melhorar a comunicação entre os centros e promovendo a partilha de boas práticas entre as diferentes instituições. “Queremos que as soluções que já funcionam em alguns locais possam ser conhecidas e, eventualmente, replicadas noutros centros”, afirma Acácio Ramos. Além disso, o GEMGO será um suporte à própria SPOT, fornecendo-lhe instrumentos que facilitem a sua ação junto das entidades reguladoras, da indústria e de outros parceiros nacionais e internacionais.

Relativamente à seleção dos modelos de gestão e organização a serem estudados, o GEMGO focar-se-á, numa primeira fase, na análise da realidade ortopédica nacional, que inclui uma grande variabilidade entre o setor público e privado. “No sistema público, o modelo hierárquico e pouco flexível é dominante, mas temos também assistido à introdução de novos modelos, como os Centros de Responsabilidade Integrada (CRI), cuja implementação carece de maior acompanhamento e formação”, refere Acácio Ramos. No setor privado, a diversidade de modelos é ainda maior, tornando fundamental a recolha de dados para uma caracterização mais precisa da realidade.

Embora ainda esteja numa fase inicial, o GEMGO tem a ambição de se tornar um instrumento fundamental para a melhoria organizacional dos serviços clínicos de Ortopedia em Portugal. “O foco primordial do GEMGO não é a SPOT enquanto organização científica e profissional, mas sim os serviços clínicos da nossa especialidade”, esclarece. A implementação de métricas de monitorização será um passo fundamental, nomeadamente no que toca à dimensão assistencial, financeira e da qualidade dos serviços prestados aos doentes.

O GEMGO planeia promover a colaboração ativa de todos os sócios da SPOT, através de webinares temáticos, questionários e outras iniciativas que visem o envolvimento da comunidade ortopédica nacional. O primeiro webinar está previsto para dezembro de 2024, marcando o início de uma série de debates sobre gestão e organização no âmbito da Ortopedia.

Com esta iniciativa, a SPOT reforça o seu compromisso com a inovação e a melhoria contínua dos serviços de Ortopedia e Traumatologia em Portugal, procurando sempre criar valor para o doente e para a sociedade como um todo.