16/06/2025
No passado dia 5 de junho, realizou-se mais uma sessão do P.A.I.O. – Programa de Apoio ao Internato de Ortopedia, organizada pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT). O tema em destaque foram os “Princípios básicos de Artroscopia e Endoscopia”, tendo a iniciativa reunido no seu auge 220 participantes.
O programa arrancou com o presidente da SPOT, Paulo Felicíssimo, que fez uma introdução histórica à artroscopia, desde a criação da primeira fonte de luz fria de fibra ótica à importância do desenvolvimento do “shaver”. “Espera-se que a evolução da artroscopia seja cada vez maior por estar diretamente associada à patologia desportiva. Quanto menos agressivos forem os profissionais de saúde durante a cirurgia, mais rapidamente conseguirão devolver ao doente a prática desportiva normal”, perspetivou o futuro.
O tema da endoscopia da coluna ficou entregue a Alfredo Carvalho, com o comentário adicional de Eduardo Mendes. A apresentação focou-se nos princípios gerais da técnica, diferenças entre a abordagem uniportal e biportal e nas vantagens clínicas. “Esta é uma técnica com melhor visualização e maior segurança, com menor agressão cirúrgica e boa recuperação”, afirmou Alfredo.
Maria João Leite Almeida prosseguiu com a artroscopia do ombro, incluindo o setup do bloco operatório, o posicionamento do doente, os portais artroscópicos e técnicas de fixação. “Este procedimento está em utilização crescente, especialmente em lesões da coifa, instabilidade do ombro, artrose inicial e fixação de fraturas”, referiu.
Seguiu-se a intervenção de Nuno Moura, dedicada à artroscopia do cotovelo, onde detalhou as especificidades anatómicas e técnicas da articulação, os desafios clínicos e possíveis complicações. “Mais do que noutras áreas, aqui é muito importante ter um conhecimento profundo da anatomia, para que perante alterações que possam surgir, os especialistas se consigam defender e evitar a heterogenia”, salientou.
Por fim, Vitor Vidinha expôs a artroscopia do punho, destacando o papel do sistema de tração, as articulações envolvidas e complicações associadas. “Os riscos são pouco frequentes, mas muitas vezes relacionados com os portais, lacerações da pele pelos finger traps e infeções”, concluiu.
A sessão terminou com uma discussão interativa, marcada por questões colocadas pelos participantes, num momento de partilha e esclarecimento.