02/01/2025
No dia 19 de dezembro, a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) realizou o último webinar do ano, organizado pelo Grupo de Estudo de Modelos de Gestão e Organização (GEMOG), que contou com mais de 100 participantes. Sob o tema “Diagnóstico de problemas organizacionais em serviços de Ortopedia”, o evento reuniu profissionais da área numa sessão prática e abrangente sobre os desafios da gestão hospitalar.
A sessão teve início com uma apresentação introdutória sobre a criação e missão do GEMOG, conduzida por João Gamelas, presidente da SPOT, e pelos coordenadores Pedro Dantas e Acácio Ramos. Nesta intervenção, foi destacada a importância de iniciativas que promovem a reflexão e a partilha de conhecimento sobre a organização dos serviços de Ortopedia.
Seguiu-se uma palestra esclarecedora de Sofia Correia de Barros, da Diaverum, que abordou de forma detalhada as metodologias e estratégias necessárias para realizar um diagnóstico eficaz dos problemas organizacionais nos serviços de Ortopedia.
“Um diagnóstico organizacional não pode ser feito sem haver um objetivo específico e esse objetivo pode ser desde indicadores que já estavam definidos e queremos ver de que forma estamos a contribuir, pode ser a mudança de um Serviço, o nível de adequação, novas tecnologias, etc…”, explicou.
A especialista destacou a relevância de identificar os principais desafios de gestão e propor soluções que contribuam para a otimização hospitalar.
De seguida, Pedro Varanda, da ULS Braga, apresentou a perspetiva dos hospitais de vocação académica, tendo começado por apresentar o contexto dos serviços cirúrgicos em Portugal (demanda crescente, escassez de recursos, investimento desadequado, falta de coesão, falta de comunicação e instrumentos de gestão. Abordou, ainda, as causas e consequências da resistência à mudança e a organização do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Braga e as alterações nos modelos de gestão nos últimos 15 anos.
Maria José Seno e Luís Soares, da ULS Litoral Alentejano, abordaram os desafios vividos em hospitais de vocação assistencial, nomeadamente as especificidades do modelo CRI, os principais problemas organizacionais, os instrumentos de diagnóstico, o envolvimento das equipas, e os desafios e oportunidades.
Já Jorge Mineiro, do Hospital CUF Descobertas, partilhou a sua experiência nos hospitais privados, revelando que para o futuro pretende “manter a qualidade, eficiência, inovação, prestígio da boa prática da Medicina privada em Portugal, manter a diferenciação e a inovação técnico-cirúrgica no tratamento das patologias do aparelho músculo-esquelético, manter a diferenciação tecnológico que permita mantermo-nos na linha da frente da inovação com otimização dos bons resultados clínicos e divulgar o conceito de Serviço/ Centro/ Unidade de Mérito”
O evento culminou com uma discussão aberta entre os participantes, onde foram levantadas questões pertinentes e partilhadas experiências práticas, enriquecendo ainda mais o debate. O encerramento do webinar foi marcado por um balanço positivo, sublinhando o contributo desta iniciativa para a formação e desenvolvimento dos profissionais da Ortopedia.
Com este último webinar do ano, a SPOT e o GEMOG reforçaram o seu compromisso com a melhoria da gestão e organização dos serviços hospitalares, proporcionando ferramentas essenciais para enfrentar os desafios futuros. A adesão e participação ativa dos profissionais confirmaram a relevância deste tema no panorama atual da Ortopedia nacional.